segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PARA ENTENDER AS CARTAS DE PAULO


Um estudo bíblico-teológico, livro por livro, para entender e pregar a teologia paulina. Um resgate da doutrina apostólica para os nossos dias, tendo em vista as atuais distorções do Evangelho de Jesus Cristo pregado pelos Santos Apóstolos do Novo Testamento, cujo principal representante é o Apóstolo Paulo.

Data: 05 de Setembro à 03 de Outubro, às segundas-feiras (5 encontros).

Horário: 19:30 às 22:00

Local: Sede da SEBI – QNA 36, casa 16, Tag. Norte. 
               
Investimento: R$ 80,00

Certificação pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI – Brasília-DF.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PASTOR OFICIO OU DOM? - Rev. Labieno Palmeira Filho

Ainda que eu, particularmente, faça algumas ressalvas ao artigo abaixo, creio que a leitura dele será pertinente para provocar uma profunda reflexão do que seja o pastorado, visto que,em nossos dias, tem se tornado mais um profissão para muitos, ou um título sócio-eclesiástico que garante poder, do que um chamado a ser servo de Cristo. Boa leitura. Pr. Airton Williams.

PASTOR
OFICIO OU DOM?
         Este assunto tem ocupado muito espaço no meio evangélico, tanto naquilo que se refere ao conteúdo teórico das igrejas, como naquilo que se refere à vida administrativa e prática das mesmas.
         O senso comum tanto no âmbito da religiosidade como no da sociedade no geral, e, via de regra, até político, tem uma visão da figura do pastor como sendo o líder maior de alguma comunidade religiosa de caráter cristão. Ser pastor significa ser líder! Traduzindo-se naquele que conduz um grupo de pessoas, alguém que assina e responde pela igreja. O Pastor é aquele que faz o papel de ponte política e social da igreja com a qual trabalha!
         Como legitimação das funções pastorais, a religiosidade é condicionada a estabelecer normas eclesiásticas que justifiquem o forjamento dos noviços ou seminaristas durante o tempo de seminário até a devolução destes à comunidade onde atuarão como legítimos e autorizados pastores, tendo os seus diplomas de bacharéis em teologia, seguido de sabatinas e estágios até serem ordenados com imposição de mãos dos pastores e lideres constituídos em concilio ou assembléias.
         Ao assumirem a frente de uma igreja local, estes pastores, seguem o processo do oficialato pelo qual passaram. Precisam ser pastores de oficio. Precisam assumir todos os encargos que o oficio religioso, social e político requer do cargo e da função que receberam. Foram formados, diplomados, credenciados e entregues à sociedade.
         Como pastor de oficio, possui o direito a salário e a algumas prerrogativas que também foram construídas religiosamente para que aos poucos, fossem assimiladas socialmente. O pastor por oficio tem, pela maioria das igrejas, a primazia na realização do batismo, do casamento religioso com efeito civil, da ministração da ceia, do ensino, da pregação, do velório, e das atividades comunitárias dentro e fora da igreja. Torna-se líder dos lideres!
         Os pastores por oficio estão se multiplicando dia a dia! Os seminários estão cheios e sempre existem candidatos! É um passo garantido para um emprego ou para a realização de determinadas praticas que garantem um bom e rendoso sustento com certa garantia de mercado de trabalho! Sempre há igrejas precisando de pastores e quando não há mais igrejas para se trabalhar, pode-se facilmente abrir o próprio negocio, ou abrir a própria igreja!
         Não existem critérios bem estabelecidos no governo secular e nem no mundo eclesiástico para o surgimento de novas igrejas. Qualquer pessoa pode se tornar em pessoa jurídica e religiosa!
         Existem países que para se abrir uma igreja é preciso seguir um processo bem direcionado e com algumas exigências que intimidam muitos a continuarem com tal idéia!
         Muitos pastores por oficio são pessoas boas e dotadas de alguns dons! Embora sejam bons e dotados com dons específicos, precisam assumir muitas outras atividades que não têm nenhuma afinidade com seus dons e habilidades, mas precisam desempenhá-las simplesmente pelo fato de serem pastores de oficio. Isso danifica a igreja e o prejudica como pastor e como gente, pois o desgasta por demais e desnecessariamente. Alguns são excelentes pregadores, por outro lado, péssimos professores ou mestres. Outros são ótimos mestres e possuem ótima didática, mas são sofríveis no púlpito como pregadores. Outros são bons no ensino e na pregação, mas péssimos na administração da igreja. O cobertor eclesiástico é curto ou pequeno para os pastores de oficio, ou seja, quando lhe cobre uma parte do corpo, deixa outra parte descoberta. A luta é constante! A luta é frustrante! A igreja sofre, o pastor sofre, a comunidade sofre, a sociedade sofre, os povos e as nações sofrem com esta esquizofrenia entre o pastor e a igreja!
         Na literatura cristã existem livros e mais livros editados para ajudarem os pastores de oficio a lidarem com esta tarefa brutal e insana de serem superpastores para satisfazerem suas igrejas locais e fazerem jus ao salário que recebem. As literaturas desta linha ainda citam exemplos de pastores bem sucedidos que conseguiram vencer seus gigantes, e, estas citações servem apenas para deprimir ainda mais aqueles que são vulneráveis no cargo pastoral.
         Neste afã de buscar a sobrevivência pastoral e conseguir a tão sonhada utopia de ser um pastor de oficio plenamente realizado e completo, não são poucos aqueles pastores que saem à busca de pacotes de sucesso ou de crescimento instantâneo de igrejas, crendo eles, que se apenas um destes pacotes derem certo em sua comunidade local, eles não precisarão mais ter invejas de outros pastores, mas passarão a serem provocadores de invejas em outros. Eles buscam não o crescimento legitimo para suas igrejas, ao contrario, estão buscando a salvação deles mesmos neste árduo caminho de serem pastores de oficio.
         Uma estratégia adotada para amenizar esta distorção é a contratação de vários pastores auxiliares, estes, chegam para tamparem os espaços que o cobertor deixou de cobrir. Alias, a bem da verdade, não se dá pra saber com propriedade se o cobertor é a igreja e esta não cobre o pastor, ou, se o cobertor é o pastor que não consegue cobrir a igreja toda. Difícil de entender! De qualquer forma esta estratégia de buscar novos tapadores de buraco não resolve o dilema do pastor de oficio, pois no frigir dos ovos, tudo isso acaba como tendo um numero grande de caciques para poucos índios.
         O que se deve perguntar agora é o seguinte: (1) Este modelo de pastor por oficio é correspondido na bíblia? (2) O pastor por oficio ainda responde a demanda eclesiástica e societária que vigora atualmente? (3) O que acarretaria com a substituição do pastor por oficio pelo pastor por dom?
         Vamos às respostas!
(1)  Este modelo de pastor por oficio é correspondido na bíblia?
A bíblia toda, no seu antigo testamento como no seu novo testamento, mencionam o papel do pastor. A figura do pastor está presente nos tratos com as ovelhas, numa analogia ao trato de Deus com Israel. Os profetas no antigo testamento foram exemplos lúdicos de Deus para explicitar este estereotipo do pastor!
No novo testamento o próprio Cristo assume este estereotipo de o bom pastor. Os evangelhos narram isso! Cristo ao concluir o seu processo de discipulado com Pedro o faz declarando que Pedro a partir daquele momento estava em condições de pastorear as ovelhas do Senhor, exercendo assim, todas as conhecidas funções de um pastor, ou seja, guiar, proteger, apascentar, exortar, sarar, contar, buscar, conduzir pra dentro do aprisco e para fora para acharem pastagem e se alimentarem. Os apóstolos com certeza assumiram os ensinos tanto do antigo testamento como dos evangelhos e do próprio Cristo.
Embora a Bíblia toda mencione as funções e propriedades de um pastor, não se encontra na mesma Bíblia nenhuma alusão à imposição de mãos sobre os pastores. A Bíblia também não apresenta nenhuma narrativa que possa corroborar com o modelo de pastor oficio que se acha presente nas igrejas do presente século.
Os únicos oficiais (pessoas separadas para o exercício de algum oficio no seio da igreja, por isso, são publicamente empossados com a imposição de mãos) são os diáconos e os presbíteros (estes, os presbíteros, a Bíblia os diferencia em presbíteros que se encarregam apenas do ensino da Palavra de Deus e os que se encarregam da vida cotidiana da igreja, administrando os interesses comuns dos membros da igreja). Apenas estes dois ofícios são reconhecidos no novo testamento. Religiosamente convencionaram-se chamar de pastores os presbíteros e com isso, em especial, àqueles que se encarregam do ensino da Palavra. O problema é que de acordo com a língua grega, a palavra presbíteros pode ser usada como sinônima da palavra bispo, mas não há equivalência lingüística para pastores. Explicando melhor, quem é presbítero ou bispo fazem sim a função de pastores como a Bíblia toda já explicitou, mas não são pastores por oficio ou porque o nome de presbítero ou bispo lhes dá esta possibilidade de serem chamados pastores.
Chamar um presbítero que lida com o ensino da Palavra, de pastor, e dar a este, prerrogativas como: batizar, casar, ministrar a ceia, ser líder maior numa igreja local, e tantas outras atribuições, são construções religiosas convenientes que foram ocupando os espaços dentro e fora da igreja. A Bíblia não dogmatiza que os pastores devam batizar, ministrar a ceia e realizar tantas outras praticas na igreja. Ao contrario disso, a Bíblia assevera que todo e qualquer discípulo de Cristo está livre para adorar ao Pai em espírito e em verdade.
Paulo na sua carta aos efésios, quando fala sobre a igreja, ele diz que em cada igreja deve existir: PROFETAS, EVANGELISTAS, APOSTOLOS, MESTRES E PASTORES. Ele não fala sobre ofícios! O contexto no qual o apostolo fala se refere a dons! Paulo está afirmando que as igrejas devem ter pessoas (podendo ser homens ou mulheres, pois se refere a dons e os dons podem ser distribuídos pelo Espírito Santo a homens e mulheres) que possuam estes dons. É bom que as igrejas possuam pessoas com muita diversidade de dons, mas pelo menos, estes cinco dons se fazem prioritários em cada igreja. Paulo articula a idéia de que ser pastor é como alguém que tem o dom pastoral como aparece em toda a Bíblia. Pastor não é a igreja que faz, não é feito pelo seminário, não é feito por um diploma, não é feito por um concilio que impõe sobre ele suas mãos. Pastor não é forjado! Em instancia, ser pastor é dom espiritual! O Espírito Santo é quem separa alguém de dentro da igreja e dispensa sobre ele o dom de ser Pastor, a partir deste momento, nada impede que este pastor por dom, faça um seminário, diplome-se em qualquer área e seja sustentado pela igreja para exercer o seu pastoreio. Ele só será eficiente e eficaz no exercício do seu dom e em tudo aquilo que o dom dele se aplica. E a igreja precisa entendê-lo e assimilá-lo como alguém que tem o dom de pastor e ponto final! Os outros terão outros dons e suprirão as necessidades da igreja e da sociedade naquilo que os seus dons serão pertinentes.
Se este pastor com o dom de pastor for eleito para ser um presbítero que se encarrega da Palavra ele poderá ser chamado de presbítero com o dom de pastor e da palavra. Pois uma pessoa pode receber do Espírito Santo o dom de pastor e o dom de mestre, ou ainda, o dom de pastor e outros dons. Mas é preciso entender de uma vez pra sempre que ele será pastor não por oficio, todavia, será feliz sabendo que é pastor por causa do dom que recebeu do Espírito Santo, e, sendo eleito presbítero, ele será um oficial como presbítero e um pastor como dom.
A Bíblia não endossa o pastor por oficio principalmente no que se entende hoje como ser pastor. O dom de pastor é desconhecido por muitos pastores que hoje são simplesmente pastores por oficio. Seria esta uma boa explicação para responder os muitos problemas dentro das igrejas hoje? Seria isto uma boa diagnose para se entender o porquê das frustrações e depressões nos meios dos pastores?
Existem muitas correlações com estas variáveis que podem nos levar a vários diagnósticos e a varias conclusões.
(2) O pastor por oficio ainda responde a demanda eclesiástica e societária que vigora atualmente?
Esta pergunta é intrigante, pois ela carrega em si mesma muitas outras considerações que poderiam ser feitas. Percebe-se certo desgaste com a figura social e eclesiástica que o pastor representa.
Na sociedade a figura de pastor de oficio já não é tão respaldada no comercio, nas vendas parceladas, e na vida política, os pastores por oficio representam uma orla de pessoas vulneráveis e votos comprados. No meio eclesiástico tem surgido outros títulos como Apóstolos, Arcanjos e outras titulações que ainda poderão surgir, e isso, é um diagnostico claro de ser entendido como um desgaste da figura simples do pastor de oficio. Ser pastor de oficio hoje tem causado desgastes em diferentes proporções e nas diversas escalas da sociedade. Os pastores de oficio sabem exatamente o que está sendo dito aqui, por isso, muitos lutam para serem mais do que simplesmente pastores de oficio, pois sabem que há uma descarga muito elevada de falta de credibilidade sobre esta figura nos meios societários. Muitos estão a fim de buscarem qualquer recurso que possa ajudá-los a serem mais do que são como pastores de oficio, mas são poucos aqueles que reconhecem que serão em vão estas buscas, pois continuarão sendo oficiais e não pastores por dotação do Espírito Santo.
Muitas são as igrejas que existem sem pastores algum à frente delas pois elas são compostas de ex-membros de igrejas que se decepcionaram com os pastores e lideres, e hoje, estão soltos e desgarrados como ovelhas sem pastores. Se tivessem tido pastores dotados com os dons de pastor com certeza estas igrejas de desgarrados não seriam tão grandes.
As igrejas com pastores de oficio são como as televisões com sinais analógicos, ou seja, tem algo que não permite a imagem ser tão clara e tão cheia de recursos. As igrejas com pastores dotados com dons pastorais são como as televisões de sinal HD, com belas imagens e ótimos recursos.
Tudo que tem o toque e o sopro do Espírito Santo é melhor, mais claro, mais eficiente e produz glória a Deus e edifica os santos para que os santos desempenhem os seus serviços. Esta é a linguagem de Paulo em Efésios.
Bênção!
(2)  O que acarretaria com a substituição do pastor por oficio pelo pastor por dom?
Só se saberá a resposta desta pergunta quando começar a existir mais e mais exemplos acontecendo ao mesmo tempo e em diferentes lugares. Os resultados precisam acontecer para que se possa avaliar!
Alguns resultados são previsíveis, tais como: igrejas mais sadias, crentes com os dons de pastores mais realizados e frutíferos, uma igreja mais carismática por causa dos crentes que exercem seus dons no corpo de Cristo e uma igreja menos oficializada com pastores por oficio. Os dons serão notabilizados e os crentes serão todos dotados com seus dons específicos, e, para a alegria de todos, a igreja será mais bem edificada, pois os dons existem para a edificação do corpo.
Pastor com dom e que pastoreia por causa do dom recebido, não se deixará levar pelas circunstancias. Pastor com dom só se preocupa em pastorear e ele faz isso com ou sem salário, com ou sem imposição de mãos, com ou sem diploma, com ou sem especialização, com ou sem mestrado, com ou sem doutorado, com ou sem carteira de ministro, com ou sem templo, com ou sem titulo. Ele faz porque recebeu o dom de pastor e ele vive por causa deste dom que recebeu. Ninguem pode lhe obstruir no exercício deste dom. Ninguem pode lhe tirar este dom, nem um concilio, nem uma denominação, nem uma enfermidade, nem a falta de recursos. Ele tem o dom de ser pastor e não o oficio de ser pastor, pois quem tem o oficio pode perder o oficio a qualquer hora, mas quem tem o dom tá seguro.
As igrejas precisam urgentemente voltar ao processo do reino de Deus onde o Espírito Santo é quem rege sobre a igreja. Os pastores precisam entender que ser pastor é ser dotado pelo Espírito Santo para isso. A igreja precisa encontrar-se pneumaticamente com o pneumatos!A igreja carece urgentemente dos carismáticos para voltar a ser uma igreja que funciona carismaticamente! Não me refiro aqui a ser ou não pentecostal ou renovada! Refiro-me a uma igreja dinamicamente (empowerded) pelos dons certos nas pessoas certas para fazerem o que certo pela causa certa e com a certeza de que agora vai dar tudo certo! Uau, que tanto de redundância! Bênção!
Este texto é apenas para aguçar os leitores a pensarem mais sobre este assunto. É para atiçar aqueles apologistas de plantão a fim de que coloquem seus argumentos favoráveis ou desfavoráveis ao que foi exposto aqui. Não foi colocado aqui textos bíblicos com suas referencias e nem citações de autores  pois a intenção foi de gerar inquietação aos leitores para buscarem por si mesmos tais referencias e citações pois assim poderão mais uma vez se debruçarem sobre a Bíblia e a literatura crista para crescimento e uma vida didática.
Aos pastores e amigos deixo com este artigo minha destra de cumplicidade e de coragem para que possamos avançar no ministério não como pastores por oficio, mas como pastores dotados com o dom que somente aqueles que o possuem, e sabem o quão maravilhoso é ser pastor e se envolver com ovelhas. Aos pastores de oficio deixo aqui a minha perturbação e a minha palavra de exortação a que descubram se possuem ou não o dom de pastor e se não o possuem, por favor, deixem o pastorado de oficio por amor a vocês mesmo e por amor à igreja.
Quem me conhece e caminha comigo sabe que eu não prego, não ensino e nem escrevo apenas para criar problemas, mas sim para levar perturbação!
A quem possa interessar então se sinta perturbado!
No amor e na causa do supremo pastor por excelência, JESUS CRISTO!



LABIENO MOURA PALMEIRA FILHO
Igreja Remidi (REINO, MISSÃO E DISCIPULADO)
Missionário do Pronasce
Somos um projeto de missão integral
Goiânia, Julho de 2011




        
        

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

BLOG DA SEBI ARARAQUARA

Para os que desejarem acompanhar o polo da SEBI em Araraquara, eis o nosso endereço:

http://www.sebiararaquara.blogspot.com/

SEBI EM ARARAQUARA-SP

HOJE, A SEBI INAUGURA SEU NOVO POLO, EM ARARAQUARA-SP, COM A DISCIPLINA "HISTÓRIA DA TEOLOGIA", COM O REV. WILSON PORTE JÚNIOR, PASTOR DA IGREJA BATISTA LIBERDADE, MESTRE EM TEOLOGIA HISTÓRICA PELO CPAJ-MACKENZIE-SP.

domingo, 14 de agosto de 2011

ENTREVISTA COM O PR. AIRTON WILLIAMS - IGREJA EPISCOPAL CARISMÁTICA DO BRASIL - BRASÍLIA/DF: 2 ANOS DE POSTAGENS...

Há exatos dois anos, postávamos nosso primeiro texto: "Não andei ansiosos com coisa alguma".
Texto produzido pelo nosso Pastor, Airton Williams, enquanto de férias pelo nordeste brasileiro.
Hoje, depois de muitas caminhadas estamos aqui, com a Graça de Deus, firmes com nosso propósito de disseminar Sua Palavra. Estamos certos de que não escolhemos um caminho fácil, mas se olharmos para o sacrifício de Cristo e do seu amor por nós, nossa jornada será mais amena.
Para comemorarmos estes dois anos de blog, resolvemos fazer algumas postagens com alusão ao primeiro post de nosso blog e, aproveitando a consagração de 4 pastores da nossa igreja em Brasília, pedimos a 3 deles que escrevessem um pouco sobre o que eles esperam desta nova caminhada como pastores da Igreja Episcopal Carismática de Brasília. Além destes textos, que em breve serão postados, começaremos com uma entrevista com o Pastor Airton, que falará sobre a sua jornada como Pastor Episcopal.
Esperamos que vocês possam ser alcançados pela Graça de Nosso Senhor e que sejam abençoados por Ele. Fiquem com Deus e um grande abraço a todos.

Blog: Quando vc escreveu este texto, vc já era Pastor Episcopal. O quanto isto influenciou no seu texto? Quando eu escrevi “Não andeis ansiosos”, estava atravessando um momento curioso na minha vida. Até maio de 2009 trabalhei como professor da Faculdade Evangélica de Brasília, lecionando na área de línguas bíblicas e análise exegética da Bíblia. Ganhava razoavelmente bem. Em maio, quando fui ao cursilho e o Senhor falou comigo que era hora de voltar a pastorear, as coisas mudaram radicalmente para pior. A faculdade havia sido vendida,em Abril, e a partir de maio nossos salários não foram pagos. Quando escrevi o artigo estava a 3 meses sem salário, em Tabira-PE, e sem dinheiro para voltar para Brasília, vivendo à custa da minha sogra, naquele momento. Quando saí para a caminhada que inspirou aquele artigo, orei ao Senhor procurando entender o que estava acontecendo. Parecia-me estranho que, naquele momento em que tinha decidido voltar a pastorear, minha situação financeira complicasse do nada. Ali, Deus me ensinou, em definitivo, a confiar nele. Foi o que fiz. Como todos em nossa Igreja sabem, não recebo salário pelo meu trabalho. Nem naquela ocasião pedi remuneração. Decidi confiar em Deus, como ele me falara na caminhada que fiz. Foram 6 meses passando apuros financeiros, mas sendo suprido em tudo que precisava. O dia derradeiro desta prova foi em janeiro de 2010, quando desci a escada da casa pastoral, mesmo lugar em que congrega a igreja, olhei para minha esposa que cozinhava, vi meu filho brincando e subi para chorar, porque eu não tinha mais nenhum centavo para o dia seguinte. Guardei aquilo para mim, confiando em Deus. Naquele dia, dois irmãos, Atadeus e Teresa foram usados por Deus para me socorrer. A partir daquele dia Deus passou a nos abençoar financeiramente. Então, entendi de vez o que estava acontecendo. Quando Deus me falou, no cursilho de maio de 2009, que era hora de voltar, ele me colocou num novo deserto, a fim de me ensinar a confiar sempre nele, pois assim a igreja e a SEBI (instituição de ensino teológico que hoje presido) cresceriam, em total dependência dele.

Blog: Durante estes dois anos, você teve que lidar bastante com a pergunta: “o que vc está fazendo numa igreja católica?” Qual foi a sua maior dificuldade em lidar com esta situação? Nunca tive dificuldade em lidar com a ideia de ser católico. Sou de origem presbiteriana e confessávamos o Credo Apostólico, que diz: “creio na santa igreja católica”. A única coisa que me incomoda é ver tamanha ignorância teológica e histórica dos protestantes e evangélicos atuais que desconhecessem a natureza da verdadeira igreja de Jesus, a saber, uma igreja una, apostólica e católica. Todos que querem ser, verdadeiramente, cristãos, terão que assumir que são católicos, pois não estão presos à ideia de uma igreja denominacional, mas uma igreja com múltiplas formas de existência mas que caminha fiel a Cristo e sua Palavra. Como já disse num vídeo explicativo, somos católicos porque cremos numa igreja que é universal, manifesta nos mais diferentes grupos da fé cristã. Não somos católicos romanos, pois não nos sujeitamos à autoridade do papa de Roma e nem aos dogmas da tradição eclesiástica romana. Blog: O que você diria para alguém que vê a Igreja Episcopal como uma igreja católica? Primeiro, que estude a teologia bíblica e a história do cristianismo e deixe a ignorância; segundo, que conheça a própria Igreja Episcopal Carismática, leia a nossa doutrina, participe de um culto conosco dando atenção ao conteúdo, em vez de ficar olhando para a forma. Se nossa mensagem não for evangélica, então terá direito de criticar. Agora, criticar por causa da forma, é assinar atestado de preconceito.

Blog: Qual foi o maior desafio enfrentado pela Igreja Episcopal em Brasília? Creio que o maior desafio continue sendo manter-se fiel às Escrituras, não cedendo às pressões daqueles que acham conhecer a verdade de Deus por meio de suas experiências. Em 2010 o reverendo Dejacir teve o privilégio de ouvir nosso patriarca, Craig Bates, falando aos pastores do Brasil, onde dizia que ouviríamos muito que deveríamos ser mais batistas, ou mais pentecostais, ou mais católicos. Mas que nosso desafio sempre seria o de sermos fiéis a Deus por meio das Escrituras. Pensar nossa fé e nossa prática totalmente a partir das Escrituras, é um desafio permanente para as Igrejas que queiram servir com fidelidade a Deus.

Blog: Nós que conhecemos a sua jornada, sabemos das dificuldades e da sua reticência em se tornar pastor episcopal. O quanto o cursilho foi determinante nesta sua decisão?
Como você bem colocou, até o cursilho de maio de 2009 eu relutei muito em aceitar o convite para voltar a pastorear. Em 2007 Deus havia me levado a um deserto de muitas dores para curar meu coração de pecados que lutavam dentro de mim. Perdi a confiança de muitos, a credibilidade ministerial; perdi amigos, perdi tudo. Mas não perdi ao Senhor, aceitando toda a disciplina que ele me impôs. No final de 2008 eu já tinha saído do deserto, mas não queria voltar ao pastorado. Somente fui ao cursilho por insistência do nosso Arcebispo e Primaz, Dom Paulo Garcia. E foi ali, naquele santo lugar, que o Senhor veio ao meu encontro, me fez entender que era hora de voltar. No cursilho, Deus tratou de algumas coisas ainda não resolvidas em meu coração. Sou grato a Deus pela vida do reverendo Alexandre Lins, da paróquia de Caruaru-Pe, ex-aluno no programa de mestrado em Novo Testamento, que tanto insistiu para que eu viesse para a Igreja Episcopal e que me apresentou a Dom Paulo; também sou grato ao nosso Arcebispo por acreditar que um homem caído, morto em seu pecado, pode ressuscitar no poder do Espírito Santo, e ser restaurado ao seu chamado.
Blog: Uma vez, diante da pergunta do porquê abrirmos uma igreja episcopal em Brasília, uma vez que bastaria apenas que o grupo formado abrisse uma igreja qualquer e juntos congregasse na mesma fé professada, a sua resposta foi que isto seria rebeldia, que se a nossa igreja não tivesse nada de diferente para oferecer, seríamos apenas mais uma igreja em pecado. O que você diria para as pessoas que abrem igrejas de maneira indiscriminada, sem olhar para a Palavra de Deus, apenas porque estão com alguma discórdia dentro de suas igrejas? O que eu diria? Que se arrependam da soberba do coração que os faz acreditar que são donos da verdade, e que nenhuma outra igreja pode suprir suas expectativas.
Blog: Você sempre fala das suas experiências como seminarista ou como pastor presbiteriano. Qual a sua grande experiência como Pastor Episcopal? Eu não saberia pontuar a “grande” experiência, mas poderia pontuar algumas. Primeiro, é na Igreja Episcopal Carismática do Brasil que Deus está me dando a oportunidade de recomeçar meu ministério, e quando vejo o crescimento consistente, bíblico e maduro dos membros de nossa paróquia, não tenho como não agradecer a Deus por fazer parte deste projeto. Foi na Igreja Episcopal que pude desenvolver um ministério à luz do que, de fato, acreditava: uma igreja bíblica, litúrgica, sacramental, comprometida com o reino de Deus em toda a sua magnitude, o serviço a Deus e ao próximo. Em 2 anos de ministério estamos com 3 missões em andamento, Planaltina, Araraquara, Goiânia, e mais uma nova paróquia, na Asa Norte. São 4 novos pastores ordenados em nossa região. Além de inúmeras histórias que temos a contar juntos, de tantas experiências que já vivemos juntos.


Blog: As pessoas falam que, como igreja, somos muito frios - não damos glória a Deus, não gritamos aleluia - durante os cultos; alguns até se sentem “intimidados” pela nossa maneira de cultuar ao Senhor. Você acha que eles estão certos? O “calor” de um culto não se faz sentir pelas manifestações emocionais que expressamos durante o mesmo. As manifestações emocionais podem ser de vários fatores, entre eles, o mais comum, é a catarse psicológica; pessoas chegam machucadas, desesperançadas, ouvem uma palavra que lhes toca o coração naquela situação, ou uma música, e acham que isto é o toque de Deus. Daí dão glória, aleluia, etc., mas quando terminam o culto, voltam vazias para as suas casas, não levam nada em seus corações que, de fato, produzirá mudanças. Ou sejam, elas deixam algo no culto (suas emoções feridas), por isso se sentem leves, mas não levam nada que as preencha, a não ser esperanças vazias. O “calor” do culto se faz sentir pela confrontação da Palavra com nossas vidas, que nos faz refletir em nossos pecados e nos chama à santidade no viver com Deus. Não consigo imaginar pessoas sendo confrontadas e transformadas em seu caráter, mediante a exposição da Palavra, dando glória a Deus, aleluia; pessoas quando são confrontadas pela santidade de Deus e sua Palavra, e a pecaminosidade do próprio coração costumam dizer: “perdoa-me, ó Deus”. Cultuar é sempre um encontro com o Deus que é Santo, Santo, Santo, e isto não é uma festa, mas uma contrição. Lamento por aqueles que confundem o calor da presença de Deus com gritos e barulhos, e não com a transformação do coração segundo à vontade do Senhor.
Blog: Outras pessoas acham que somos muito irreverentes, que não somos uma igreja séria. Isto é verdade, porque tanta confusão? Os que nos acham irreverentes não nos conhecem, se andassem conosco saberiam quão à sério levamos as coisas de Deus, a realidade do pecado e a necessidade do redentor, Jesus. Agora, imagino que pensem esta besteira porque estão acostumadas com igrejas legalistas, cheias de regras, que estabelecem o que pode e o que não pode na conduta cristã, em vez de investirem no crescimento espiritual dos seus membros para que eles possam discernir, biblicamente, o que pode e o que não pode. São pessoas acostumadas a serem manipuladas por líderes que se fantasiam de deus e ditam a forma como elas devem viver. Há tanta bizarrice no meio evangélico que é chamada de “séria”, como a tal da cobertura espiritual, a lei da semeadura, e etc., que prefiro ser considerado por estes como irreverente do que me sujeitar as bobagens desta geração evangélica sem Cristo, sem arrependimento, sem conversão, sem Palavra. E espero que nossa igreja seja assim também, aprendendo a viver por direção do Espírito Santo, mediante um exame sério das Escrituras, e não por conta dos mitos e lendas de tantos falsos profetas.
Blog: Como você avalia o crescimento da igreja em Brasília? Antes de responder diretamente a esta pergunta, vale uma observação: não me preocupo com crescimento de igreja, pois quem dá o crescimento é Deus. Preocupo-me em estar sendo fiel a Palavra dele, quer pregando, quer vivendo. Se o crescimento fosse parâmetro da bênção de Deus, o remanescente fiel de Israel seria o grupo errado; o cristianismo primitivo seria uma mentira; a reforma protestante uma distorção, e por aí vai. O cristianismo fiel sempre foi uma minoria, e sempre que cresceu exageradamente, se perdeu, por se acomodar à cultura de sua época, buscando aceitação. Pois bem, tendo feito esta observação, creio que o crescimento de nossa igreja é muito bom. Há 2 anos atrás começamos com 12 pessoas, sendo 3 crianças. Hoje, temos aproximadamente 70 confirmados (membros efetivos). Percentualmente, crescemos 500%; há dois anos éramos uma missão (congregação) em Brasília, hoje temos 2 paróquias e 3 missões, ou seja, crescemos 4 vezes mais. São números interessantes, mas tudo isto é tolice, pois o que importa é saber se estas pessoas estão em Cristo, salvas, comprometidas com o reino de Deus, transformadas em seu caráter. Deus me livre de começar a ver pessoas como números. Quero conhecer uma por uma pelo nome, e mais do que lhes ser pastor, ser uma amigo.
Blog: você recebe muitos convites de outras igrejas para cursos, palestras, ou mesmo para pregar; a que você atribui estes convites, uma vez que, em geral, a linha destas igrejas bate de frente com o que é pregado? Este é um fato realmente interessante. Neste ano tive que brecar minha agenda e atender somente uma igreja por mês, e isto aos sábados, a fim de não atrapalhar minha vida familiar e meu ministério na igreja local que pastoreio. Eu costumo brincar com a quantidade de convites dizendo que sou convidado porque não cobro cachê, me tornando uma alternativa barata para muitas igrejas (risada). Mas falando sério, creio que estes convites são fruto da seriedade do meu ministério em torno da Palavra de Deus, que chama o homem ao arrependimento e a viver para a glória de Deus. Agora, me surpreende que estes convites venham, esmagadoramente, de igrejas pentecostais e neopentecostais, pois a mensagem da cruz depõe diretamente contra aquilo que estes grupos têm ensinado. E mais surpreendente é o fato de ser convidado a voltar 2, 3, 4 vezes na mesma igreja, onde, geralmente, a mensagem costuma ser de confrontação. Outra razão para tantos convites é o fato de muitas pessoas nas igrejas, inclusive pastores, estarem cansados destas mensagens de autoajuda, autoestima, de vitória, bênção, que se mostram ópio, de fato, para um povo cansado, sofrido, mas que precisa crer em alguma coisa para dar sentido na sua caminhada. Quando ouvem a mensagem do evangelho que nos faz perceber a nossa pecaminosidade e plena satisfação que existe em estarmos em Cristo, eles descobrem uma mensagem renovadora. Assim, acabo voltando, ainda que muitos líderes destas igrejas torçam o nariz (risada).
Blog: Você acha que pode planejar os próximo anos da igreja em Brasília ou você prefere esperar a direção de Deus? Planejar? Esta é outra bobagem que surgiu na igreja evangélica, sem nenhuma base bíblica. Nosso planejamento deveria ser: pregarmos a Palavra de Deus com fidelidade interpretativa, chamar os homens ao arrependimento, inseri-los numa comunidade onde os dons são vividos espontaneamente num serviço cristão no mundo que glorifique a Deus. Não sou de planejar nada, apenas procuro ver para onde Deus está levando a história de nossa igreja a fim de caminhar com Ele, e não contra Ele. Este é outro grande desafio em minha vida: discernir para onde Deus está levando a nossa história a fim de me manter fiel à vontade dele.
Blog: para encerrar, o que você diria para as pessoas que estão começando sua vida na fé em Cristo, que estão se convertendo agora e buscam viver o evangelho verdadeiro?
Que examinem as Escrituras, porque elas nos testificam de Cristo e da sua verdade. Agora, examinar é muito mais do que ler. Examinar implica em estudar com seriedade o texto sagrado, procurando compreender o que ele realmente ensina, a fim de não sermos enganados por profetas enganadores que de posse da Bíblia ensinam as interpretações mentirosas dos seus corações. Examinar as Escrituras significa procurar saber o que quis dizer o autor inspirado pelo Espírito ao escrever. Um simples exame das Escrituras seria suficiente para fazer cair este falso evangelho que está em nosso meio nestes dias. Além de examinar as Escrituras, aconselho que decidam ter suas mentes cativas das Escrituras Sagradas, de tal forma que nada tenho peso de autoridade para sua vida se não estiver declarado na Palavra de Deus. Exame sério das Escrituras e uma mente cativa à Palavra te levará a experimentar o poder de uma vida centrada na glória de Deus.